Deito fora as imagens.
Sem ti, para que me servem
as imagens?
Preciso habituar-me
a substituir-te
pelo vento,
que está em qualquer parte
e cuja direcção
é igualmente passageira
e verídica.
Preciso habituar-me ao eco dos teus passos
numa casa deserta,
ao trémulo vigor de todos os teus gestos
invisíveis,
à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve
a não ser eu.
Serei feliz sem as imagens.
As imagens não dão
felicidade a ninguém.
Era mais difícil perder-te
e, no entanto, perdi-te.
Era mais difícil inventar-te,
e eu te inventei.
Posso passar sem as imagens
assim como posso
passar sem ti.
E hei-de ser feliz ainda que
isso não seja ser feliz.
Raul de Carvalho, Obras de Raul de Carvalho
4 comentários:
Tal como a "Policromia", também tu escolheste este poema de Raul de Carvalho, que eu não conhecia...
Sem imagens, será que a felicidade é possível? Naturalmente que sim, ainda que uma imagem possa despertar um instante profundamente feliz...
A imagem está gurdada dentro de nós...tudo na vida passa !
brisa de palavras
A tarde caiu, o sol partiu
No do vago que resta do dia
A tua presença é luz que me aquece
Coração a navegar, inconstância
Nas águas puras desta lagoa
Uma hortensia murmura um rumor
Um milhafre o amor apregoa...
Bom resto de semana...
Doce beijo
O sol queima.
A lua ilumina .
AS estrelas brilham sem fim.
O vento sopra e refrigera.
A flor realça o seu pudor.
Mas vc consegue fazer o impossível .
VC me faz sorrir
VC me faz cantar
VC me faz chorar
VC me faz pensar
VC me faz gritar
VC me faz sonhar
VC me faz feliz
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