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terça-feira, outubro 30, 2007

O Pássaro da Alma...


"No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que existe.
E não só sabem que existe,
como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma, lá bem no centro,
pousado numa pata,
está um pássaro.
E o nome desse pássaro é o Pássaro da Alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:
Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
em todos os sentidos dentro do nosso corpo, sofre muito.
Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
Quando alguém se zanga connosco,
O pássaro da alma recolhe-se dentro de si
Tristonho e silencioso.
E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma
Que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
Começa a crescer a crescer,
Até encher quase todo o espaço dentro de nós,
Tão bom é para ele o abraço.
Dentro do corpo, no fundo, bem lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que ela existe.
E ainda nunca,
Nunca veio ao mundo alguém
Que não tivesse alma.
Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos
E não nos larga
- Nem uma só vez –
Até ao fim da nossa vida.
Como o ar que o homem respira
Desde a hora em que nasce
Até à hora em que morre.
Decerto querem também saber de que é feito o pássaro da alma.
Ah, isso é mesmo muito fácil :
É feito de gavetas e mais gavetas.
Mas não podemos abrir as gavetas de qualquer maneira,
Pois cada uma delas tem uma chave para ela só!
E o pássaro da alma
É o único capaz de abrir as gavetas dele.
Como ?
Pois isso também é muito simples :
Com a segunda pata.
O pássaro da alma está pousado numa pata,
E com a outra – que em descanso está dobrada sob a barriga –
Roda a chave da gaveta que quer abrir,
Puxa pelo puxador, e tudo o que está dentro dela
Sai em liberdade para dentro do corpo.
E como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
O pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da inveja e a gaveta da esperança.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desespero.
A gaveta da paciência e a gaveta do desassossego.
E mais a gaveta do ódio, a gaveta da cólera e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça e a gaveta do vazio.
E a gaveta dos segredos mais escondidos,
Uma gaveta que quase nunca abrimos.
E há mais gavetas.
Vocês podem juntar todas as que quiserem.
Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
As chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
Por exemplo: a pessoa quer estar calada e diz ao pássaro para abrir
A gaveta do silêncio. Mas ele, por auto-recriação,
Abre-lhe a gaveta da fala,
E ela desata a falar, a falar sem querer.
Outro exemplo: a pessoa quer escutar pacientemente
- E em vez disso ele abre-lhe a gaveta do desassossego
Que faz com que ela se enerve.
E acontece que a pessoa tenha ciúmes sem qualquer motivo.
E que estrague justamente quando mais quer ajudar.
Porque o pássaro da alma nem sempre é disciplinado
E às vezes dá-lhe trabalhos...
Agora já compreendemos que cada homem é diferente do seu semelhante
Por causa do pássaro da alma que tem dentro de si.
O pássaro que em certas manhãs abre a gaveta da alegria,
E a alegria jorra para dentro do corpo
E o dono dele fica feliz.
E quando o pássaro lhe abre
A gaveta da raiva,
A raiva escorre de dentro dela e
Domina-o totalmente.
E até que o pássaro volte a fechar a gaveta
Ele não pára
De se zangar.
E quando o pássaro está de mau humor
abre gavetas que dão mal-estar.
E quando o pássaro está de bom humor
escolhe gavetas que fazem bem.
E o mais importante – é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas dentro de nós.
Há quem o ouça muitas vezes.
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida.
Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo. "


Michal Snunit

5 comentários:

Anónimo disse...

Escutar a alma ... por vezes tarefa que complicamos bastante!
Beijito :)

Anónimo disse...

Vem...
Que te espero... nua...
Não mais ha lugar para o pudor...

Vem...que te quero, nu...
Fecha-me os olhos com teus beijos,
faz-me sonhar com teus desejos...
Faça-me mulher com teu ardor...

Vem...
Que quero agora
acariciar teu corpo levemente,
beijar-te os lábios, sofregamente...
Sugar tua seiva com minha
boca quente...

Deixar-me penetrar por teu furor...
Vem...
que sou mulher,
te quero homem,
vem...
deixa-me viver esta fantasia
de amor...

Desejos de um fim de semana cheio de amor :)

Beijos
Arte de Amar
www.intimomisterio.blogs.sapo.pt

Menina do Rio disse...

Ando metida num projecto de um blog social com outras pessoas e por isso pareço ausente, pois não estou conseguindo manter-me em contato, mas é temporário e na medida que der eu vou me atualizando.

Deixo-te meu beijinho de Bom final de semana!

Menina do Rio

Amaral disse...

Olha, para comentar este post tinha que falar de cada frase, de cada parágrafo, quase de cada palavra.
Porque, ao ler tudo isto, é como deixarmo-nos ir à deriva, mar alto ou rio abaixo, dentro dum bote, aconchegado e tranquilo.
Deixar que o pássaro da alma dê pulinhos, abra as suas gavetas... quantas... tantas...
E... no fim... pela noite... deixar o silêncio ouvir-se, também lá no fundo... como se fora o mesmo pássaro chamando por nós...

Anónimo disse...

Boa semana!
Beijito :)